Nem tudo aquilo que se pensa, se diz.
Nem tudo o que se diz, se escreve.
Nem tudo aquilo que se escreve, acontece.
Nem tudo o que acontece se entende.
Nem sempre o que se entende, é.
E assim a vida passa devagar.
A certeza é horizonte, sempre distante.
Que jamais se alcança.
Se hoje falo baixo
É por medo que me ouças
E que saibas do meu medo
E de minha fraqueza.
Não existe outra razão a não ser
A de que sinto vergonha do que sinto
De que sinto urgência em amarrar estas idéias
Que soltas vagam em mim
Tenho sim, urgência.
Os dias, e o rosto dos velhos na cidade
Dizem-me que a vida passa
E ela passa mesmo
E essa colcha de retalhos
Permanece incompleta
Costura que jamais se fecha.
O tempo real fora de mim é tão diferente
Do tempo fantasioso que está em mim.
Esperança tola
E trágica conclusão:
Não voltarás.
Pelo menos não enquanto,
Estes versos sem rima
Fizerem algum sentido.
M.L.H 05/08/2011
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