domingo, 22 de janeiro de 2012

IV Epístola ao Outono

Outono,


Hoje a minha correspondência vem carregada de lamento. Esta semana foi marcada por circunstâncias pouco favoráveis a meu espírito. Eu teria agora, motivos suficientes para perder as esperanças no homem. Num tom de raiva te digo: existem pessoas desprezíveis, podres, que não merecem um segundo sequer de nossa atenção. Nenhum pingo de nossas energias produtoras de coisas boas. E o melhor mesmo é se afastar, porque são tão sujas que podem acabar te sujando de lama.

Já diz o povo nas ruas, há séculos: “Bolso cheio, mas cabeça vazia”. Eu diria ainda: “Bolso cheio, cabeça vazia, coração vazio”. Sei que nada é absoluto e toda regra tem suas exceções, mas estas duas frases são quase fórmulas matemáticas.

Tenho tantas coisas importantes para pensar e descobrir, que não perderei meu tempo falando sobre isso. Fica aqui o registro desta minha desventura. Mas não passará disso, um registro. E que fique registrado somente aqui, nesta carta. Que não fique registrado em mim.

Preciso te dizer que, a minha sorte é que descobri um artifício fabuloso, que me alivia qualquer dor. Quando todas essas adversidades cruzam meu caminho, é só lembrar-me de ti, de tuas qualidades e perfeição, que tudo se acalma e o dia termina bem.


Marcos Hinterholz

Janeiro de 2012

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